sexta-feira, 24 de abril de 2015

Esferográfica de cartão

quando o sol se deita sobre a
areia e se deixa afogar no oceano
aflito ainda me doem as costelas;
os pulmões incapacitados à espera
do teu perfume numa esquina
magnética. a cidade a assobiar
as músicas que dançam nos teus
olhos. as janelas vão fechando
com o passar das horas e rompe
um frio estático que subtrai a
sensação possível.

conto os passos entre o teu sorriso
e o coração e aponto num
guardanapo dobrado em forma
de cisne
para não me esquecer que
o tempo é a consequência
de não ser completo; uma
espécie rara de infinito
que começa do fim
para o princípio.


tenho uma ferida no
tornozelo e o teu nome
desenhado num
olhar vazio e perene.