segunda-feira, 2 de junho de 2014

negócio de distâncias



passo pelo amor com
as malas cheias.
o sabor ácido das
palavras que sobram
e nunca chegam a
significar
nada. 

repito 

adormecer despido
sobre a cama sem que
ninguém procure
justificação para
morrer assim;
um silêncio oco que me
contém.
acordo durante a noite
com a sensação de
guardar no peito
a lâmina ainda
quente de cravar
sons entre as
costelas.
sou o que sobra
de um poema
inteiro.
não me encontro o
sorriso entre as
folhas rasgadas
e corro; canso-me
depressa da velocidade
do mundo e deixo-me
cair na esperança; 

deixo cair a esperança 

de um dia ter os bolsos
vazios quando encontrar
uma moeda que se possa
trocar por mais um dia
feliz em qualquer loja de
conveniência.

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