terça-feira, 31 de maio de 2016

Drogas sintéticas e outros alimentos



desconcerto o amor
dentro de um coração
vazio; esculpo a verdade
sobre um silêncio só
de angústia e vertigem.
/
acordo num gesto
encardido.
olho para o tecto à
procura do teu nome
onde resta apenas
a candura estática
e um sorriso a
corrigir o tempo
infértil.
/
flutuo com uma corda
que aperto junto ao pescoço
e espero pelas estações
mais quentes.
as que levam os
rios para dentro do
sol e me costuram
na engrenagem
despida e geométrica
de um planeta
onde se acredita mais
na gravidade que
no amor.
/
celebro a atmosfera
por dentro dos lábios;
uma costura perfeita  
a abotoar as palavras

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