sexta-feira, 31 de julho de 2015

arrancar as unhas. os cedros



tenho monstros debaixo
da cama, crianças com
cutelos e bonecas sem
cabeça a rebolar pelas
chamas. as cinzas do
tempo em que os
monstros e as crianças
dançavam atrás do
cortinado verde;
em que o pânico
sem sentido se afogava
em que as chamas
se apagavam no lugar
em que a lâmina
reflectia o medo
atrás das costas;
os vidros a derreter
com o calor dos teus
olhos,
ainda.
hoje é segunda-feira;
é quinta. é a dor que
se apaga com cinzas
mas o vento.   

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