domingo, 31 de janeiro de 2016

inquisição

daqui a 40 anos 
ainda terei o sabor
da derrota entre 
os dentes.
abrirei os sulcos
por onde escorrerá
a vertigem das palavras 
e deixarei que me 
olhes de perto. 
que admires a beleza 
inerte do desespero; 
os olhos recortados 
de uma criança 
submersa no
tanque do quintal.
uma única voz 
no silêncio,
suspensa,
a desacelerar 
um poema 
que foge 
a 1480 m/s 

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